RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DA MICROBACIA DO CÓRREGO ITAMBI


A recuperação ambiental da microbacia do córrego Itambi faz parte de um projeto maior denominado "Programa de Controle de Erosão e de Assoreamento (PCEA)" na área de influência do reservatório da Usina Hidrelétrica Sérgio Motta, em Porto Primavera. O Programa resulta de uma parceria entre Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp), Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), Unesp de Botucatu e Prefeitura Municipal de Ouro Verde.
O Programa tm por base o planejamento das atividades agrícolas baseado no conceito de desenvolvimento sustentado e na recuperação de áreas degradadas através da execução de práticas de conservação do solo e da água. Trabalha-se nesse propósito com a unidade microbacia hidrográfica, procurando se particularizar para as peculiaridades do solo, clima, topografia e uso da terra da região.
Há necessidade, portanto, de todo um levantamento e estudo preliminar do local para, ao final, se elaborar um projeto de recuperação ambiental, com a participação imprescindível de todos os proprietários rurais da microbacia. A recuperação ambiental deve ser a mais rápida possível para reduzir ao máximo os transtornos decorrentes dos trabalhos das máquinas na propriedade rural.
A microbacia do córrego Itambi tem uma área total de 5.592,3 hectares e foi toda ela estudada através de levantamentos sócio-econômico e do meio físico (topografia, drenagem natural do terreno, solos, etc.), com trabalhos de campo e de laboratório, e o auxílio de fotografias aéreas e de imagens de satélite. Com esses dados, foram produzidos os mapas necessários para a elaboração do projeto de execução da recuperação ambiental.
Com a participação muito próxima da prefeitura, da Casa da Agricultura e da Secretaria do Meio Ambiente, foi possível mobilizar os agricultores de parte da microbacia e executar todo o trabalho mecanizado de conservação do solo da parte mais crítica da microbacia do Itambi.
Até janeiro deste ano, haviam sido executados 315 hectares de área terraceada, em sete propriedades rurais e construídos 67,5 km de terraços embutidos. Recuperaram-se ainda 1,3 km de estrada que se encontrava embutida, erodida e sem escoamento disciplinado de suas águas. Até o final de março ou começo de abril serão atingidos os 500 ha, pois os trabalhos estão em andamento.
O produtor encontra-se bastante desmotivado com os insucessos ocorridos na sua lida constante e árdua com a natureza. Com ações como essa, se não são resolvidos todos os problemas, torna-se, mais justa e equilibrada a luta que hoje acontece para a sobrevivência do homem no campo, trabalhando por uma condição de vida mais digna que recompense seus esforços.
Com união, pode-se mudar a condição precária em que encontram-se solo, homem e natureza, contribuindo para uma agricultura sustentável. 

Jornal Regional, Dracena, 28 de abril 2001.




UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA