A
falta de conservação de solo com as fortes chuvas que
caíram no início do ano estão sendo uma combinação
fatal para ocasionar erosões em propriedades rurais. Na sexta-feira,
a reportagem do Jornal Regional acompanhou o trabalho de fiscalização
do Serviço de Defesa Agopecuária, que detectou uma enorme
erosão, de 9 metros de profundidade por 100 metros de comprimento,
que se abriu numa lavoura de milho numa propriedade da região.
"É chamada voçoroca, o maior grau de erosão
que chegou a atingir o lençol freático. Quando chega nesse
ponto, é muito difícil corrigir", afirmou o Engenheiro
Agrônomo Carlos Egídio Poloni.
O maior problema da falta de conservação de solo é
que as erosões vão aparecendo e a terra é levada
para os córregos e represas da região, causando assoreamento.
"Nossos córregos estão morrendo a cada dia",
denunciou Poloni. Ele diz que os proprietários ruais ainda não
se conscientizaram da importância de se fazer a conservação
do solo.
"São poucos os proprietários que fazem corretamente
as práticas de conservação do solo, de acordo com
a recomendação oficial. A maioria faz curvas de nível
com capacidade de suportar chuvas de 50 a 60mm, quando temos registradas
chuvas de até 150mm", informou Poloni.
Ele diz que muitos proprietários são resistentes às
novas técnicas de conservação do solo. "Muitos
dos proprietários rurais são pessoas idosas, já
aposentados, e são de difícil adaptação
às modernas técnicas agropecuárias", disse.
Poloni lembrou também que existem áreas que possuiam curvas
de nível, porém o proprietário, ao arrendar essas
terras para cultivo de culturas anuais, permite que o arrendatário
destrua todas as curvas de nível, a fim de facilitar os trabalhos
de plantio e cultivo.
Estradas Municipais
Outro problema detectado na região são as estradas municipais,
que, segundo Poloni, muitas delas estão sem nenhuma prática
de contenção das águas das chuvas, ocasionando
grandes erosões nas laterais, às vezes tornando-as intransitáveis.
Meio Ambiente
Toda essa terra, conforme declarou Carlos Poloni, vai para os córregos,
que vão morrendo aos poucos. Para evitar isso, o engenheiro defende
que as escolas promovam aulas sobre educação ambiental
e ecologia, principalmente para os filhos de proprietários rurais,
para que estes, quando forem futuramente trabalhar no campo, possam
estar mais conscientizados. |
Jornal
Regional, Santa Fé do Sul, Ano IX, nº 470, 25 de Fevereiro
de 2005, p. 11 |