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Pesquisador apresenta em Tókio estudo sobre a qualidade da água
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Análise foi feita em córregos usados para agricultura irrigada

Estudo da Faculdade de Engenharia (FE), Câmpus de Ilha Solteira, sobre a qualidade da água em três córregos do Noroeste paulista será exposto em outubro, em Tóquio, no Japão. A pesquisa analisou a presença de bactérias nessas águas, utilizadas para irrigação, e o consequente risco de contaminação de alimentos.

Intitulado Variáveis biológicas da água para irrigação em bacias hidrográficas na região noroeste paulista (Biological variables of watersheds in the Northwestern region of São Paulo State (Brazil) used for irrigation), o trabalho será apresentado por um de seus autores, o engenheiro agrônomo e professor da FE Fernando Tangerino Hernandez, durante a 4ª conferência IWA-ASPIRE “Toward sustainable water supply and recycling systems”. O encontro será realizado de 2 a 6 de outubro.

Três córregos paulistas de importância sócio-econômica para os municípios-sede foram analisados, em coletas mensais, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2009: Boi, Coqueiro e Três Barras. Como resultado do estudo, o córrego Três Barras apresentou a maior concentração de coliformes fecais: 16% em períodos secos e 30% durante meses chuvosos, quando a água teve a sua qualidade classificada como inaceitável para a produção alimentos "in natura". Nos córregos Boi e Coqueiro, os percentuais de coliformes foram de 16,9% e 14,2%, respectivamente.

A presença de coliformes está relacionada à proximidade desses córregos com esgotos de cidades como Aparecida d’Oeste e Marinópolis, o que torna inapropriado o uso dessas águas para irrigação e traz risco para a saúde não apenas do consumidor como do próprio agricultor. “Esses córregos têm importância socioeconômica porque neles estão as principais áreas irrigadas desses municípios”, afirma Tangerino. “São pequenas propriedades que têm na produção de hortaliças e frutas, principalmente uva, sua grande fonte de renda”.

Segundo o professor, o Boi e o Três Barras contam com estações de tratamento de esgoto, enquanto o Coqueiro tem uma estação de tratamento de água para abastecer duas cidades. De acordo com a pesquisa, o Estado deve aperfeiçoar os serviços de tratamento de esgotos e implementar ações de educação ambiental. Por sua vez, os agricultores devem procurar investir em tecnologias que reduzam ao mínimo o contato direto dos alimentos com a água utilizada para irrigação.

“Um trabalho de divulgação da informação seguido de conscientização seria fundamental para a adoção de tecnologias mais adequadas considerando a economia de água e a questão de saúde publica”, considera Tangerino. Para ele, um bom projeto de irrigação deve analisar todos estes condicionantes. “Infelizmente, o preço ainda é o fator mais decisivo para a aquisição de um sistema de irrigação.” O professor observa, no entanto, uma melhoria no serviço de tratamento de esgoto no município de Marinópolis (córrego Três Barras).

Além de Tangerino, os demais pesquisadores que assinam o estudo são os biólogos Gustavo Cavaliri Barboza e Renato Alberto Momesso Franco, este doutorando em Agronomia pela FE; os engenheiros agrônomos formados pela Unesp Paulo de Tarso Pizarro da Silva e Luiz Sérgio Vanzela; e o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) Jener Moraes. Mais detalhes sobre o trabalho que será apresentado no Japão podem ser encontrados no endereço http://www.feis.unesp.br/irrigacao/aspire.php .

Portal da UNESP, São Paulo, 28 de setembro de 2011, on line