ESTUFAS: UMA NOVA OPÇÃO PARA AGRICULTURA

 

Fernando Braz Tangerino Hernadez

Em propriedades agrícolas de algumas regiões, de que Fartura e Adamantina são exemplos, a técnica de produção de hortaliças utilizando estufas construidas com filme plástico já é uso corrente. No entanto, de maneira geral, para a maioria dos pequenos agricultores de nossa região, trata-se de uma novidade.
Um exemplo clássico de agricultura dinâmica e economicamente favorecida é a região de Almeira, na Espanha, que de uma colônia pobre de pescadores, transformou-se em uma das mais ricas regiões daquele país, devido fundamentalmente ao uso da chamada cultura protegida. Hoje a área coberta com estufas naquela região chega a mais de 30.000 mil hectares. Como comparação, o Brasil apresentava em 1989 uma área de aproximadamente 500 hectares coberta com estufas.
A produção de hortaliças e flores usando estufas é feita de maneira intensiva, envolvendo crescimento das plantas fora da época normal de cultivo e necessitando obrigatoriamente do auxilio da irrigação.
A possibilidade de produção fora de época normal traz como principal vantagem o maior retorno finaceiro ao agricultor. Acrescente-se o fato de que a produção, tendo origem regional, regionalizado fica também o dinheiro envolvido na operação, o qual, de outra forma, evadiria pra regiões produtoras. Pode-se produzir alface no verão chuvoso e pepino e tomate de inverno, sempre com produtivdidade superir à conseguida com o cultivo tradicional.
Segundo WASCMAN (1989), com o cultivo protegido pode-se obter até 310% de aumento de produtividade na cultura do pimentão, 191% no pepino e até 100% na cultura da cenoura.
Sem dúvida, o modelo agrícola dotado pelos agricultores desta região dever ser repensado, e realmente está sendo, e inegavelmente, o cultivo protegido e a fruticultura devem merecer destaque. O cultivo protegido deve trazer à região o aumento do período de colheita e com maior produtividade, produção fora de época, maturação (sem risco de acordo com a melhor época de comercialização), redução de gastos com defensivos, produção de melhor qualidade e como resultado final mais dinheiro à região.

 
Tribuna do Município, Junqueirópolis/SP, Ano V, nº 244, 26 de Fevereiro de 1994, p. 4



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