Em
propriedades agrícolas de algumas regiões, de que Fartura
e Adamantina são exemplos, a técnica de produção
de hortaliças utilizando estufas construidas com filme plástico
já é uso corrente. No entanto, de maneira geral, para
a maioria dos pequenos agricultores de nossa região, trata-se
de uma novidade.
Um exemplo clássico de agricultura dinâmica e economicamente
favorecida é a região de Almeira, na Espanha, que de uma
colônia pobre de pescadores, transformou-se em uma das mais ricas
regiões daquele país, devido fundamentalmente ao uso da
chamada cultura protegida. Hoje a área coberta com estufas naquela
região chega a mais de 30.000 mil hectares. Como comparação,
o Brasil apresentava em 1989 uma área de aproximadamente 500
hectares coberta com estufas.
A produção de hortaliças e flores usando estufas
é feita de maneira intensiva, envolvendo crescimento das plantas
fora da época normal de cultivo e necessitando obrigatoriamente
do auxilio da irrigação.
A possibilidade de produção fora de época normal
traz como principal vantagem o maior retorno finaceiro ao agricultor.
Acrescente-se o fato de que a produção, tendo origem regional,
regionalizado fica também o dinheiro envolvido na operação,
o qual, de outra forma, evadiria pra regiões produtoras. Pode-se
produzir alface no verão chuvoso e pepino e tomate de inverno,
sempre com produtivdidade superir à conseguida com o cultivo
tradicional.
Segundo WASCMAN (1989), com o cultivo protegido pode-se obter até
310% de aumento de produtividade na cultura do pimentão, 191%
no pepino e até 100% na cultura da cenoura.
Sem dúvida, o modelo agrícola dotado pelos agricultores
desta região dever ser repensado, e realmente está sendo,
e inegavelmente, o cultivo protegido e a fruticultura devem merecer
destaque. O cultivo protegido deve trazer à região o aumento
do período de colheita e com maior produtividade, produção
fora de época, maturação (sem risco de acordo com
a melhor época de comercialização), redução
de gastos com defensivos, produção de melhor qualidade
e como resultado final mais dinheiro à região.
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Tribuna
do Município, Junqueirópolis/SP, Ano V, nº 244, 26
de Fevereiro de 1994, p. 4 |