OBRA FEDERAL AMENIZARIA
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Nordeste: A transposição do rio São Francisco pode mudar o perfil econômico da região e criar 1,2milhão de empregos | |
Rio artificial Vontade política |
Municípios na área de influência do projeto
Eixo hídrico |
Núcleos urbanos que poderão ser beneficiados com abastecimento |
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Estados |
Constantes do projeto original |
Novos municípios (desmembramentos) |
Total |
Distantes até 10 km |
RN |
27 |
2 |
29 |
39 |
PB |
17 |
1 |
18 |
26 |
CE** |
42 |
10 |
52 |
63 |
PE |
14 |
2 |
16 |
10 |
Totais |
100 |
15 |
115 |
138 |
Äreas Totais passíveis de irrigação
Em ha |
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Estados |
Com recursos hídricos atuais |
Com recursos hidricos atuais e novas barragens |
Com recursos hídricos atuais. Novas barragens e 1ª etapa da transposição |
PE |
* |
* |
48.000 |
CE |
48.940 |
96.100 |
136.500 |
PB |
19.549 |
23.714 |
48.614 |
RN |
34.894 |
64.866 |
101.112 |
Total |
103.383 |
184.680 |
334.226 |
(*) Dados não disponíveis |
(**) Inclusive a cidade de Fortaleza-CE e entorno |
(***) Já estão concluídas |
(****) Previsão de 1994 |
Fonte Comissão Executiva do Semi-Arido Nordestino (Cesan) |
Äguas abastecerão trecho de 2.100 km de rios secos |
As águas da tarnsposição do São Francisco
percorrerão um trecho de 2.100 km de rio. A maior parte desse percurso é formada por rios que ficam
secos durante o períodos de estiagem do Nordeste. Para atingir os rios, o projeto temde vencer desafios da natureza. A começar pelo trecho de 115 km de aclive entre Cabrobó (PE), onde as águas são captadas, e Jati (CE). Nesse trecho, as águas terão que subir um total de 160 metros por canais de concreto e estações elevatórias e de bombeamento. Ao serem interceptadas, em Cabrobó (PE), as águas do São Francisco estão a 315 metros acima do nível do mar. Quando essas mesmas águas chegarem a Jati (CE), estarão a 475 metros acima do nível do mar. A partir daí, começa o trecho de declive. O primeiro rio a receber águas do São Francisco é odos Porcos, no Ceará, passando depois pelo Salgado e em seguida pelo Jaguaribe, considerado o maior rio seco do mundo, 615 km de extensão. O segundo trecho de transposição, entre Aurora (CE) e Major Sales (RN), é menos complicado. Ali praticamente não há subidas que dificultem a engenharia do projeto. A água que passa por esse trecho desaguará no rio Apodi e depois no rio Mossoró (RN). De transposição sairão águas para o rio Piranhas-Açu, também em solo potiguar. os rios da Paraíba receberão suas águas a partir de Jati, no Ceará. A partir dali será feito um canal que levará as águas para os rios Piancó e Paraíba, que deságua no mar, perto de João Pessoa. O trecho pernambuco é formado por canais que irão até a barragem de Poço da Cruz, abastecendo rios menores. Benefício Se o projeto fosse executado como está, o Ceará seria o Estado que mais se beneficiaria com as águas do São Francisco, recebendo 25m3 por segundo dos 70m3 captados. Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte ficariam cada um com 15m3 por segundo das águas. De acordo com o projeto, cada Estado faria suas obras de canais para a utilização das águas do São Francisco. Abelírio Rocha, encarregado do projeto,diz que os Estados gastarão em torno de outros R$ 1 bilhão com essas obras. No momento, alguns Estados estão fazendo barragens que integram o projeto de transposição. Uma delas é a Castanhão, no Ceará, orçada em R$ 150 milhões e que está sendo feita com verbas federais. O governo do Rio Grande do Norte está construindo com dinheiro próprio a barragem de Santa Cruz, que custará R$ 40 milhões. Ao todo, 13 barragens de pequeno e médio portes integrarão o projeto- as da Paraíba e as Pernambuco já estão prontas. Todas elas servirão para regularizar o fluxo dos rios- isso significa que, em anos de chuva, a captação de águas do São Francisco será menor. |
Emanuel Neri, Folha de São Paulo, 11/05/98, p.1-6 |
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