“Água,
molécula indispensável à vida e cada vez mais escassa”
Toda
vez que lembramos desta frase, assalta-nos a previsão dos cientistas
de que, daqui a 25 anos, dois terços da população
mundial estará passando sede. Prosaicamente, não podemos
de deixar de associá-la a algum vizinho que, quando saímos
ou chegamos em casa, invariavelmente o encontramos, despejando “toneladas”
de água potável sobre o asfalto quente porque “água
no asfalto abaixa a poeira e assim reduz a sujeira da casa”.
A falta de água em quantidade e qualidade é muito mais
real e verdadeira do que se imaginava.
Tanto é que, a julgar pelo relatório de qualidade de água
no Estado de São Paulo, divulgado recentemente pela Cetesb, as
perspectivas não são nada animadoras. Em 2003, trinta
e dois por cento das fontes de água bruta paulista foram classificadas
como ruim ou péssima para o abastecimento. Em 2002, o porcentual
havia sido de 27%. E olha que São Paulo é o Estado com
melhor índice de tratamento de esgotos do país.
Regionalmente, a piora na qualidade da água da água foi
registrada em 10 das 22 bacias hidrográficas paulistas e apenas
quatro delas registraram melhoria, enquanto que em 2003 outras oito
microbacias mantiveram seus índices semelhantes aos de 2002.
Somente a conscientização do uso racional e sustentável
da água, um bem finito, poderá garantir que nossos filhos
terão água potável para beber e matar a sede de
seus filhos. Uma conscientização que deve estar presente
nos lares e em todos os ramos da economia, pois todas as atividades
econômicas dependem direta ou indiretamente da água. A
preservação do meio ambiente como um todo deve começar
de fato pelos jovens, pois eles são a futura geração
e podem garantir o futuro da água no planeta.
Felizmente, ao participarmos da “I Feira da Água”
organizada pelos jovens do LEO Clube de Palmeira d’ Oeste, pudemos
observar que uma parcela dos jovens está preocupada ou conscientizada
em relação ao futuro da água. Os vários
“stands”, visitados por mais de 1000 pessoas de vários
municípios, traziam trabalhos realizados por alunos de várias
escolas, desde o primário até o colegial, e por órgãos
públicos, organizados com o objetivo de divulgar e conscientizar
os visitantes sobre o uso racional e sustentável da água,
mostrando os problemas relativos ao uso inadequado e lembrando que o
primeiro passo para reduzir o desperdício deve começar
em nossa casa.
Da teoria à prática, trabalhos excelentes têm sido
desenvolvidos no sentido de preservar a nossa fonte maior de vida, como
o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas desenvolvido
pela Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, que inovou
em ações, dentre elas o “Projeto Aprendendo com
a Natureza”, realizado com as crianças da quarta série
do ensino fundamental, ainda a Campanha da Fraternidade deste ano, “Água,
Fonte de Vida”, de alcance nacional e os trabalhos de treinamento
desenvolvidos pela UNESP Ilha Solteira, levando aos Técnicos
e produtores rurais conhecimentos e instrumentos para uso adequado da
água, o que chamamos de manejo da irrigação.
A I Feira da Água de Palmeira d´Oeste mostrou que muitos
dos jovens estão sintonizados com os problemas atuais e preocupados
com o seu futuro, que depende da água e que ações
acima descritas não apenas devem ser incentivadas, mas merecer
todo o apoio da comunidade, através das entidades constituídas.
À população cabe seguir esses ensinamentos e aderir
às suas ações.
A água que vai, não volta mais. O asfalto a chuva lava!
É o que querem nos ensinar os jovens de Palmeira d´Oeste,
em sua I Feira da Água.
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