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VISITA TÉCNICA À IRRIGATERRA E FAZENDA MANGUINHOS

Viagem de 31 de maio de 2014 - Pereira Barreto e Sud Menucci

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No sábado 31 de maio realizamos uma visita técnica à Irrigaterra em Pereira Barreto e à Fazenda Manguinhos em Sud Menucci, afim de ver na prática o conteúdo abrangido em classe, tendo a agricultura irrigada como temática.

Na Irrigaterra os alunos da disciplina de Irrigação e Drenagem, juntamente com parte da Equipe da AHI, foram recebidos pelo Engenheiro Marcelo Akira Suzuki, formado na UNESP de Ilha Solteira, que falou da tragetória da empresa nestes 20 anos de atuação no ramo da irrigação e do comprometimento com o desenvolvimento da região, dando suporte em um raio de até 250km de distância da empresa, não apenas com projetos, mas também releva a importância de desenvolver novos profissionais em lugar da frequente preferência por profissionais já qualificados.

Marcelo comenta também sobre o pivô central em ação, tecnologia de suma importância na verticalização da produção afim de auferir maiores ganhos, destacando sempre o foco e compromisso no atendimento regionalizado como importante ponto para garantir e oferecer assistência adequada aos adeptos da tecnologia, e ainda dos problemas com a redução do nível de água nos reservatórios, fato observado posteriormente na viagem na Fazenda Manguinhos.

Dos diversos métodos de irrigação abordados, o Engenheiro destaca a irrigação por aspersão em pastagens, principalmente para pecuária de leite, obtendo-se um bom desemvolvimento do capim com menor custo possível, atividade muitas vezes pequena, o que invibializa a contratação de mais funcionários. "Em 6 anos os sistemas de irrigação automatizados nesta área cresceram 30%" diz, o que confirma a sua viabilidade.

A irrigação localizada que já foi um problema na aceitação por parte dos produtores acostumados com canhões, que não acreditavam na eficiência do método que "não cai água", hoje veem a otimização do recurso água como uma vantagem, depois de passar por problemas com entupimento do sistema e entender a importância da implantação de um sistema de filtragem, da manutenção preventiva e da limpeza química necessárias para o bom funcionamento do sistema. Atualmente quem mais absorve irrigação localizada é a fruticultura, como uva, pinha, atemóia, limão e laranja, principal cultura em termos de volume em todo noroeste, principalmente Santa Fé, Votuporanga, São José do Rio Preto, Fernandópolis e Jales, presente em pequenas propriedades porém bastante tecnificado, abrangendo ainda a Alta Paulista.

Como novidade no ramo, Marcelo comenta da irrigação em cana-de-açúcar, a utilização da irrigação localizada por gotejameto, que ainda encontra-se em fase experimental devido à problemas como o alto trânsito de máquinas, enterramento do sistema e operacionalização do sistema, com necessidade de acompanhamento frequente de vazão e pressão (entupimento e vazamento) e manutenção.

Por parte da empresa, um fato destacado pelo Engenheiro é a oscilação da procura por projetos de irrigação que varia concomitantemente com a agricultura, concentrando-se sempre na metade do ano e o enfrentamento de problemas de procedimentos como a Outorga do Uso da Água e o Licenciamento Ambiental, processos lentos e que nas palavras do próprio são "Sonhos de hoje que podem concretizar-se às vezes apenas em 2 anos", a empresa faz o acompanhamento do processo, porém não executa "Não entramos nessa área para não competir no meio de profissionais especializados, é mais vantajoso estabelecer uma parceria com os mesmos" afirma Marcelo. A partir de abril começa a procura, que tem seu pico entre junho e julho, e no ano seguinte a procura por parte dos clientes por manutenção e novos projetos. Uma alternativa encontrada para a sazonalidade de vendas de projetos para a agricultura foi abranger a parte de irrigação urbana, em conjunto com empresas de paisagismo e com manutenção terceirizada, a empresa faz o projeto, executa e entrega o sistema em funcionamento, podendo assim trabalhar em regiões mais distantes nas áreas de paisagismo públicas e condomínios, principalmente em grandes cidades como Uberaba, Brasília e Campo Grande.

O engenheiro fala ainda dos principais atrativos para os clientes, que são preços ou produtos diferenciados, como qualidade de equipamentos e projetos. A empresa conta com uma estrutura compacta, uma característa de empresas do ramo e complementa "Não é ser uma empresa pequena, é ser eficiente e terceirizar o que é necessário", a empresa se qualifica como altamente tecnificada e presta serviços de orçamentação de primeira, com objetivo de desenvolver soluções no uso da água, porém enxuta no quesito funcionários, evitando problemas com contratação pela oscilação da agricultura como observado anteriormente, por ser muito influenciado pelas oscilações do mercado. O marketing e atendimento são mais direcionados para produtores e clientes com algum contato ou indicação com a empresa. Marcelo atenta também que o preço está relacionado ao volume de compras, e quanto maior volume, menores preços, mantendo sempre pouco produto armazenado, apenas peças para reposição, ressaltando mais uma vez a importância das parcerias, "Não é viável manter um estoque de produtos, investimento em produtos com produto parado é dinheiro parado" comenta e ainda que procuram sempre manter a estabilidade de vendas, "A maioria dos cliente não faz manutenção preventiva, procuram assistência apenas quando ocorrem danos no sistema"

Barretos e Guaira há 20 anos eram as cidade com maior uso de irrigação, a Irrigaterra entrou na região de Pereira Barreto, onde até o momento não tinha um mercado consolidado, porém com uma área com potencil devido às grandes quantidades de propriedades com fruticultura como coco, citros e atualmente seringueira.

Um dos clientes da empresa, o Engenheiro Agrônomo Danilo Fávaro abriu as portas da sua propriedade, a Fazenda Manguinhos, para vermos implantado e operando o pivô central, que irriga uma área de produção de grãos e deixou claro que após três frustrações de safra por falta de chuva decidiu que não mais plantaria na região oeste paulista sem contar com sistemas de irrigação. Danilo falou das dificuldades enfrentadas na implantação do sistema como disponibilidade de energia elétrica, que fez necessária uma redução na lâmina de água, um exemplo de necessidade de adaptação de cada projeto para cada situação, ainda este ano em que houve uma forte estiagem a importância na segurança na disponibilidade de água em época de seca, o que justificou um maior investimento no sistema afim de alcançar com a tubulação maiores profundidades na represa.

Danilo ressaltou ainda a aplicabilidade e funcionalidade dos dados disponibilizados pelo Canal CLIMA da Área de Hidrálica e Irrigação no manejo da irrigação por produtores e a importância da evapotranspiração no consumo da água e também do monitoramento das chuvas, utilizado para traçar estratégias para uma irrigação adequada.

No campo fomos acompanhados pelo Engenheiro Agrônomo Mauro Takao Suzuki da Irrigaterra que explicou detalhes do funcionamento e operação do sistema de irrigação, a importância de materiais de confiança. Mauro explica ainda sobre a vazão constante do sistema e que a alteração da lâmina aplicada está relacionada com a velocidade de movimentação do pivô, e este por ser um pivô setorial, exige um melhor planejamento de aplicação, o que é facilitado pelo uso do painel digital.

Mauro mostra também a relevância de dispositivos de segurança em caso de rompimento do sistema, com função de diminuir a pressão e evitar acidentes, deixando claro para os alunos a quantidade de tecnologia envolvida em todo processo de funcionamento do equipamento.


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