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Podcast Unesp: Após 74 dias sem chuva no Noroeste Paulista, seca fragiliza produção de alimentos e energia
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O Podcast Unesp em parceria com a Área de Hidráulica e Irrigação do campus de Ilha Solteira da Unesp, publica semanalmente noticiários sobre a agricultura irrigada e agroclimatologia. O objetivo é orientar as formas de manejo racional da água e energia. Fernando Braz Tangerino, professor da Unesp de Ilha Solteira, faz um balanço da seca no noroeste Paulista.
“A região noroeste Paulista tem um histórico de apresentar um período de seca frequente, em média são 85 dias sem chuvas por ano e ai, por si, já existem investimentos em sistemas de irrigação para ter a sustentabilidade do negócio para produzir alimentos, mesmo chovendo em média 1.264 mm por ano. Mas o problema, muitas vezes, não está no volume total de chuvas, mas sim na dispersão ao longo do ano. O ano mais crítico foi em 2010, com média de 157 dias sem chuvas e Ilha Solteira ficando 177 dias sem chuvas, quando que em 2015 foram apenas 54 dias sem chuvas, já em 2017 um paradoxo, cerca de 93 dias sem chuvas, chegando a 132 dias em Populina, e não muito longe dali em Paranapuã foi onde mais choveu, com um volume de 1.944 mm concentrados em Janeiro e Dezembro, e a média da região ficou em 1.548 mm, 22 mm acima do esperado. Nesse ano parece que está mais crítico, mesmo com apenas 74 dias em média sem chuva. Ano passado o período seco começou no dia 21 de junho e esse ano o período seco começou em 1 de Abril, com redução do volume esperado. Temos 27% a menos de chuva, seca antecipada, com menos chuva, o resultado é o esperado: a agropecuária sofre e quem investiu em sistemas de irrigação, sem esses, garantem a sustentabilidade dos negócios de produzir alimento o ano todo. Predominante na região, as pastagens são encontradas em situação crítica tanto para quem não exagerou na lotação de animais, que tem plantas altas, e pior para aqueles que entraram no período seco com o pasto totalmente exaurido e terão dificuldades para recompor seus pastos, mesmo quando a chuva chegar. Na cana, o efeito desta antecipação da seca é duto, para este ano queda de produtividade , e com a diminuição da janela de plantio, quando plantas de mais de seis anos de menor produtividade seriam substituídas por plantas novas e altamente produtivas, seguirão no campo em 2018 já comprometendo a safra do próximo ano. Esperamos pela chuva, ou pelos investimentos em sistemas de irrigação”.
Web radio agua, 25 de junho de 2018.
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