QUALIDADE
E DISPONIBILIDADE DA ÁGUA NO CÓRREGO DO COQUEIRO PARA
IRRIGAÇÃO É TEMA DE DISSERTAÇÃO DE
MESTRADO NA UNESP ILHA SOLTEIRA |
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Renato
Alberto Momesso Franco defende Dissertação no Programa
de Pós-Graduação em Agronomia - Área de
Sistemas de Produção. Trabalho tem apoio financeiro do
FEHIDRO. |
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O
monitoramento da qualidade e da disponibilidade da água no Córrego
do Coqueiro em quatro municípios foi tema da Dissertação
de Mestrado do Biólogo Renato Alberto Momesso Franco na UNESP
Ilha Solteira, junto ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia -
Área de Sistemas de Produçãonesta. A Defesa da Dissertação
aconteceu nesta sexta-feira, dia 15 de fevereiro. Os mananciais da região noroeste do Estado de São Paulo passaram por grandes alterações ambientais ao longo do tempo, resultando em ambientes degradados com processo erosivo ao longo dos córregos, alterações na qualidade e quantidade da água e fragmentação da vegetação, sendo considerada uma das mais degradadas do Estado e um dos fatores dessas alterações foram às transformações econômicas ocorridas na região. Com essa preocupação a Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira tem investido em ensino, pesquisa e extensão e de maneira complementar realiza o trabalho de conscientização para a maior responsabilidade sobre a utilização dos recursos naturais que são medidas necessárias para diminuir a degradação do meio ambiente, firmando parcerias com entidades. Neste trabalho, o parceiro foi o FEHIDRO que financiou a pesquisa. Além do ensino em sala de aula, as ações envolvem pesquisas que subsidiam palestras, cursos e participações em congressos e publicações em revistas especializadas. Para o Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez, Orientador e responsável pelo projeto que tem financiamento do FEHIDRO, através do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São José dos Dourados, “o Córrego do Coqueiro se reveste de importância porque possui a mesma característica do uso e ocupação da maioria das microbacias do oeste paulista, predominância de pastagem degradada, menos de 3% de matas remanescentes e ausência de conservação do solo, portanto, as informações obtidas alcançariam semelhanças em outras microbacias e as ações a serem tomadas para melhorar as condições do manancial seriam as mesmas”. Todavia, explica o Prof. Fernando Tangerino, “o Córrego do Coqueiro também é quem abastece de água as cidades de Palmeira d´Oeste e Marinópolis, o que garante ainda mais razões para a realização do trabalho”. De acordo com o estudo desenvolvido na microbacia do córrego do Coqueiro resta somente 2,9 % de vegetação florestal remanescente na área total da bacia hidrográfica. Outros fatores são as alterações físico-químicas na qualidade da água, como as concentrações elevadas de ferro total e sólido suspenso presentes na água do córrego. Segundo
Renato Franco “com
a falta de um manejo adequado dos solos durante o plantio e pastagens
degradadas, o ferro, um elemento químico presente no solo da
região, acaba sendo levado para o córrego pela ação
das chuvas e quando associado com determinados tipos de bactérias
pode sofrer reações químicas e precipitar no interior
das tubulações e ainda desenvolver uma mucilagem na saída
dos emissores, principalmente em sistema de irrigação
localizada e impedindo a passagem da água pelos orifícios
de saída”. Segundo o Professor Fernando Tangerino, “a utilização da pesquisa nos mananciais da região é fundamental, tanto para realizar os diagnósticos ambientais como para decidir estratégicas de manejo e avaliar os resultados. O gerenciamento dos recursos hídricos se transformou em um dos desafios da sociedade, por que a sua indiscutível essencialidade para a vida, que é um recurso finito, cada vez escasso e com a sua disponibilidade e qualidade da água comprometida”.
Como uma das conclusões do trabalho está que para o uso
da água na irrigação localizada atenção
especial deve ser dada ao sistema de filtragem, tanto no dimensionamento
inicial, como no manejo adequado do sistema de irrigação,
com a utilização de filtros na retenção
de partículas sólidas e adaptação aeradores
para que o ferro oxide antes de entrar no sistema de irrigação.
A variação de vazão no manancial ao longo do ano
também é preocupante porque comprova o baixo nível
de conservação do solo e ações que levem
à práticas que mantém a água na bacia hidrográfica,
como por exemplo terraceamento, plantio direto ou cultivo mínimo
e presença de matas ciliares são fundamentais para que
não haja tanta variação de vazão, o que
leva a diminuição da qualidade da água. Sobre a importância do trabalho para a sua formação profissional, o Mestrando Renato Franco diz "que a oportunidade de estar numa área multidisciplinar como é a característica do Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Área de Concentração em Sistemas de Produção garante foi um leque grande de informações agronômicas adquiridas e a sua interface com outras áreas do conhecimento, como as Ciências Biológicas que fez com que pudesse entender a aplicação desta ciência dentro da área agronômica". O trabalho foi desenvolvido com recursos financeiros do FEHIDRO, como parte do Projeto “Monitoramento e Planejamento Integrado dos Recursos Hídricos para a Irrigação nas Microbacias dos Córregos do Boi, Três Barras e do Coqueiro nos Municípios de Aparecida d´Oeste, Marinópolis, Palmeira d´Oeste, São Francisco, Dirce Reis e Jales, na Bacia Hidrográfica do Rio São José dos Dourados, Estado de São Paulo”
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Figura
3. Ponto 2 de amostragem em 26/07/2007, próximo ao município
de São Francisco e processo de assoreamento observado neste
trecho. Renato Franco avaliando a vazão do córrego. |
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Figura
4. Ponto 3 no dia 22/03/2007 com elevada vazão após chuva
e no dia 11/10/2007 com baixa vazão em uma situação
preocupante. Molinete utilizado para a medição de vazão. |
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Tabela
1. Concentração de ferro total e classificação
na microbacia do córrego do Coqueiro, ano 2006/2007.
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APRESENTAÇÃO |
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