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C&T e preservação da água
Date:Thu, 12 Apr 2001 08:07:53 -0300
From: Fernando Braz Tangerino Hernandez <fbthtang@agr.feis.unesp.br>
Morethson, em primeiro lugar, é uma satisfacao ve-lo participando do nosso Grupo de Discussao Irriga-L. Espero poder reve-lo em breve. Em relacao ao seu texto tenho algumas duvidas, talvez vc possa esclarecer. Na sequencia tb escreverei algumas linhas fazendo um diagnostico do que tenho visto e fomentando o debate. Qdo vc fala que é uma pena que nossa agua doce é lançada no
oceano... vc está sugerindo que devemos utilizar maiores volumes dos nossos rios. Vejo que a principal critica ao projeto de transposicao, por exemplo do Rio Sao Francisco, se dá em funcao da vazao final a ser descarregada no mar ficar reduzida e assim teriamos o avanco do mar sobre o rio.
Está situacao é realmente preocupante ou alarmante, como dizem alguns? Qto a transferencia de tecnologia estou plenamente de acordo. Nossa principal linha de trabalho por aqui está no manejo da irrigacao e somente quem trabalha com isso sabe o como é dificil fazer com que este conhecimento seja aceito e particado pelos irrigantes... Aproveito a deixa para lembrar um pouco do que está ocorrendo em relacao a preocupacao ao racionamento de enregia em funcao dos baixos niveis dos reservatorios. Inicialmente se lia na imprensa que a culpa pelo baixo nivel dos reservatorios era de Sao Pedro. Solicao facil, pq o cara nao está aqui para se defender... Depois o pessoal da COPPE-RJ comecou a falar que faltaram investimentos de governo e a operacao dos das geradoras nao é
eficiente. Acredito que seja tudo isso, com o senão de que estamos colhendo uma supersafra de graos, o que indica que Sao Pedro deu a sua contribuicao... Apenas como exemplo, aqui na regiao oeste paulista, que seria resposavel por parte dos enchimentos dos reservatorios de Ilha Solteira, Tres Irmaos, Jupiá e Porto Primavera , principalmente), já choveu mais que o historico (1256mm), tanto no ano de 2000 (1605), como agora no inicio de 2001, onde até marco já registramos 532mm
contra 510mm da precipitacao historica calculada entre 1967 e 1998. Mais do que isso, lembro que os reservatorios sao dimensionados para aguentar "trancos" por cinco anos. Portanto, se a situacao está
critica agora, é o porque o problema vem sendo empurrado com a barriga. E certamente vai se agravar, pois o que está acontecendo é que a agua que chove na bacia nao chega ao corpo principal devido a inexistencia de calhas naturais. Estao todas assoreadas e tomadas de vegetacao aquatica, o que faz com que a velocidade de escoamento seja lenta e permita uma recarga de lencol freatico, elevando-o e assim dando condicoes da proliferacao de plantas aquaticas, notadamente a chamada
"taboa" (Typha angustifolia). Veja algumas fotos desta situacao em
http://www.agr.feis.unesp.br/degradacao.htm
A partir do assoreamento dos corpos d´água se proliferam problemas tanto na quantidade como na qualidade da agua ofertada, como pode ser vista em http://www.agr.feis.unesp.br/agua.htm notadamente pela presenca excessiva de ferro, que tem causado grandes transtornos a
irrigacao localizada, principalmente. Isto posto, acoes que promovam a conservacao do solo, protecao de nascentes e recomposicao ciliar sao absolutamente necessarias e de maneira urgente, caso contrario, certamente a questao de racionamento de energia vai ser recorrente sempre, a nao ser que a matriz energetica seja alterada. Um forte abracos a todos e que descansem bastante no feriado e fim de semana prolongado.

C&T e preservação da água
Date: Thu, 12 Apr 2001 08:27:31 -0300
From:"Morethson Resende" <resende@cnpms.embrapa.br>
Prezado Fernando, A colocação de que grande parte de nossa água doce é jogada no mar, não tem alusão à transposição do São Francisco. Preservar os recursos hídricos para usos domésticos, industriais, na irrigação entre outros, considero muito importante. O que discordamos, é que alguns setores que defendem a preservação da água, as vezes, são os mais ferrenhos críticos de seu uso na irrigação, sem se preocuparem que a água preservada pode ser jogada no oceano. Atenciosamente Morethson

Rede do Agronegocio da Irrigacao
Date:Thu, 12 Apr 2001 09:08:52 -0300
From:Fernando Braz Tangerino Hernandez <fbthtang@agr.feis.unesp.br>
O Banco do Nordeste do Brasil lancou o site:
www.banconordeste.gov.br/irriga Trata-se da Rede do Agronegócio da Irrigação, segundo eles, uma plataforma de informações sugerida pelo "Estudo que Subsidiará o Projeto Novo Modelo de Irrigação". Eles pedem a divulgacao e o cadastramento nos ite, o que faco agora entre os amigos. Informacoes adicionais no proprio site ou nos e_mails
ffranca@banconordeste.gov.br ou sonsol@banconordeste.gov.br Abracos a todos

Congresso de Irrigação
Date:Tue, 17 Apr 2001 10:34:39 -0300
From:Fernando Braz Tangerino Hernandez <fbthtang@agr.feis.unesp.br>
Segue para divulgacao material relativo ao CONIRD. Abracos e um bom dia a todos. Tangerino
Prezados Senhores, Envio-lhes, em arquivo anexo, material do XI CONID - Congresso
Nacional de Irrigação e Drenagem e a 4a. Conferência Interregional sobre a Água e o Meio
Ambiente da ABID - Associação Brasileira de Irigação e Drenagem. Atenciosamente,
Banco do RUBENS SONSOL GONDIM Nordeste AMBIENTE DE POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO Development Bank CONSULTOR INTERNO (Consultant) 85-299-34-73 FAX: 85-299-31-40 e-mail: sonsol@banconordeste.gov.br
www.banconordeste.gov.br/irriga


Site de Cursos Extensão Via Internet
Date:Sat, 5 May 2001 17:27:08 -0300
From: "gabriellaralista"<gabriellaralista@bol.com.br>
Prezados Colegas, o site
www.agroescola.com.br está com várias oportunidades de professores estarem ministrando cursos via internet com um bom ganho financeiro. Vale a pena uma visita.
Atenciosamente Gabriel

Concurso para Eng. Agronomo
Date:Mon, 07 May 2001 15:03:41 -0300
From:Fernando Braz Tangerino Hernandez <fbthtang@agr.feis.unesp.br>
A Prefeitura Municipal de Junqueiropolis estará realizando concurso para a Contratacao de Engenheiro Agronomo. Inscricao: 7 a 15/05 Prova: 26/05 Salario: R$ 1010,00 Maiores informacoes em:
http://www.conatec.net/inscri.html ou Casa da Cultura de Junqueiropolis (018) 5841-1131

Informação antiga
Date:Mon, 07 May 2001 15:41:02 -0300
From:Guilherme Giorgi de Lacerda Soares <ggls@rgm.com.br>
Fernando, Há um tempo atraz vc colocou um email na lista falando das razões porque as represas estão vazias.Há anos sabemos q estamos deteriorados nos investimentos do setor eletrico.
Voce ainda tem aquele email ?Onde posso conseguir os índices pluviométricos deste ano e dos anteriores ?

Informação antiga
Date:Mon, 07 May 2001 18:05:16 -0300
From:Fernando Braz Tangerino Hernandez <fbthtang@agr.feis.unesp.br>
O e_mail de 22/03/01 está em:
http://www.agr.feis.unesp.br/irriga_l_2.htm junto com os demais assuntos circulados na Irriga-L. Abracos e boa semana! Tangerino

Evaporação
Date:Mon, 07 May 2001 16:03:01 -0300
From:Jose Antonio Louzada <jalouz@if.ufrgs.br>
Prezados Colegas, gostaria que me indicassem referências bibliográficas onde possa
encontrar informações que relacionem a evaporação medida em evaporímetros do tipo Piche com a evaporação do Tanque Classe A, ou ,o que seria ainda melhor, diretamente com a evapotranspiração de referência. Abraços a todos. J.A. Louzada

Evaporação
Date:Wed, 09 May 2001 10:48:19 -0300
From:Jose Antonio Louzada <jalouz@if.ufrgs.br>
Tang e demais colegas. Estou trabalhando em uma área com arroz irrigado onde os dados de evaporação disponíveis foram obtidos em evaporímetro Piche. Preciso transformá-los em evapotranspiração de referência (por exemplo, Penman-Monteith) através de algum coeficiente, para mais adiante obter valores específicos para o arroz. Acho que posso fazer isso diretamente (Piche -
ETref) ou em duas etapas (Piche - Tanque - ETref). Estou atrás do(s) coeficiente(s) (não sei se existe(m)) que permitam esta transformação. Vou aguardar um retorno. Abraços. Louzada

[pupunha-l] Selo de Qualidade ANFAP
Wed, 09 May 2001 19:50:39 -0100
From: "Charles R. Clement" <cclement@internext.com.br>
Colegas, deu no jornal de Manaus:
Palmito. Oito fabricantes podem usar selo de qualidade. O controle eh feito visando garantir maior seguranca no consumo desse alimento. Oito novas marcas conseguiram autorizacao da Associacao Nacional de Fabricantes de Palmito (ANFAP) para estampar o Selo de Qualidade de Palmito em suas embalagens. As marcas autorizadas sao as seguintes: Kormann, Castelo, Di Salerno, Zilse, Arval, Kenko, Luca e Mato Verde. A informacao foi divulgada ontem pela assessoria de imprensa da ANFAP. O Selo de Qualidade de Palmito - numerado e aa prova de falsificacao - oferece aos consumidores a garantia de que o produto foi fabricado e embalado com higiene absoluta e obedecendo aas mais modernas tecnicas industriais. Para obter a autorizacao do uso do selo, as fabricas interessadas devem comprovar o cumprimento de todas as normas exigidas pela
Vigilancia Sanitaria e, tambem, submeterem-se ao crivo de uma auditoria externa de controle de qualidade a cada seis meses. Ate agora apenas 71 marcas de palmito obtiveram autorizacao de uso do Selo de Qualidade. As marcas autorizadas sao as seguintes: Aro, Arumã, Arval, Bakers Chefs, Bom Preço, Caneco, Carrefour, Casablanca, Castelo, Coselli, Costa Norte, Cuore, Di Palma, Di Salerno, Diamante, Dicon, Ebon, Excellence, Galeão, Gini, Goa, Golden Palm, Guará, Great Value, Hemmer, Hicon, Ideal, Image, Itagro, Itaipu, Itaituba, Ivaí, Jaraguá, Juqbom, Juquiá, Kabure, Kanoa, Kenko, Kinoko, Kormann, Le Dragon, Luca, Maitá, Mato Verde, Muaná, MY, Nobre, Orly, Palma de Ouro, Palma de Prata, Palmibon, Palmirio, Paminorte, Panambi, Pap's, Patacão, Primera, Realli, Rebeka, Rio Preto, Samoa, Sena, Soberano, Silvery Palm, Tainá, Tauá, Tia Maria, Três
Irmãs, Tróppicuz, Uehara, Zilse.
Abrazos, CRClement

Evaporação
Date:Thu, 10 May 2001 04:10:03 -0300
From:Natal Sassaki <natal-s@agr.feis.unesp.br>
Boa noite a todos! Louzada, vi seu email e por acaso estava foleando uma literatura e encontrei uma correlação de Sediyama e Bernardo sobre a correlação entre métodos de cálculo de ET de Thornthwaite. Esta no livro de Manual de Irrigação de SALASSIER BERNARDO abraço! NATAL

Evaporação
Date:Thu, 10 May 2001 18:11:31 -0300
From:"Flávio B. Arruda" <farruda@iac.br>
Caro Louzada: Anos atrás ... alguns pesquisadores se empenharam em relacionar a o "poder evaporativo do ar" , medido pelo evaporímetro de Piche e a evapotranspiração.
A evapotranspiração, conforme a equação de Penman, pode ser separada em dois termos: o da radiação e o aerodinâmico. O termo da radiação é o mais importante e significativo.
O termo aerodinâmico é menos significativo e menor nas regiões umidas.
A evaporação do Piche pode estimar esse termo aerodinâmico, por exemplo na equação de Penman, e ficou conhecida em nosso meio como Penman modificada por Villa Nova e Ometto (Simpósio Bras. Hidrologia e Rec. Hidricos. ABRH, 1981). Não espere boas estimativas da evapotranspiração apenas por meio de correlação simples com a evaporação de Piche. A correlação pode ser melhorada com a inclusão da radiação. Veja nos livros indicados abaixo. São boas referências ao assunto os livros:
J. C. Ometto. Bioclimatologia Vegetal da Ed. Agronômica Ceres
F. S. Mota. Meteorologia Agrícola. Livraria Nobel S.A. Espero ter ajudado. Flávio Arruda

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Escassez de água
Sat, 12 May 2001 17:59:16 -0300
From: Fernando Braz Tangerino Hernandez <fbthtang@agr.feis.unesp.br>
Em 29 de setembro, o colega
Saad me enviou esta msg a qual reproduzo agora por achar o tema oportuno e de grande colaboracao. O colega Saad se achar interessante poderá se manifestar novamente, uma vez que faz parte de nossa lista. Abracos a todos e um belo Dia das Mães!
Fernando Tangerino

Colapso mundial de água doce [22.Set ] - Autor: Jornalista Villas Bôas Corrêa
Pelas histórias contadas pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, e pelo senador Bernardo Cabral (PFL-AM) perpassa a advertência para a gravidade da crise mundial de água doce do nosso consumo de cada dia. O ministro lembra que os países árabes já estão comprando icebergs das
calotas polares, que transportam rebocados para suprir as dramáticas carências das populações de amplas áreas desertificadas.
Afinado pelo mesmo tom, apesar da distância de Brasília a Manaus, o senador Bernardo Cabral recorda a marcante experiência que viveu em 1994, quando convidado para dar um curso para universitários em Israel. Visitava uma exuberante plantação de maçãs, peras e outras frutas européias em pleno deserto, quando ouviu do técnico a explicação sobre o processo de irrigação. "O senhor é de uma região de água abundante, não pode imaginar os nossos cuidados", disse-lhe o informante, cujo nome não guardou. "Aqui poupamos cada gota. O consumo é calculado por computador, que considera todos os fatos, desde as necessidades mínimas de cada planta até os ventos que alteram a atmosfera."
O alarme da crise e dos nossos hábitos descuidados que resultam em fantástico desperdício começam a despertar a urgente necessidade de providências e a acelerar o pouco que está em andamento. "A classe política anda a reboque da sociedade ou dos seus setores organizados", repete o ministro Sarney Filho. Foi assim na dura batalha para arrancar do Congresso a aprovação do Código Florestal.
Uma longa guerrilha
Está sendo assim na briga pela criação da Agência Nacional de Águas, com a regulamentação, afinal aprovada pelo Congresso, da Lei de Recursos Hídricos, que recebeu o número 9.433 e é de janeiro de 97. Quatro dos cinco diretores foram sabatinados e aprovados pelo Senado, faltando um, que foi rejeitado. O ministro confia que, no próximo ano, registraremos avanços significativos, que se acrescentam aos êxitos comemorados em outras frentes. Como na diminuição de 37% para 30% das
queimadas na Amazônia, embora um índice ainda assustador. A Agência das Águas é lei e será cumprida na medida das possibilidades. Luta para anos, nas frentes da educação da sociedade e na mudança de arraigados hábitos de desperdício até nas atividades cotidianas do banho com chuveiro aberto, na lavagem de carro na rua, com água esguichada que escorre pela calçada; no simples escovar os dentes com a torneira aberta. A verba orçamentária é outra luta vitoriosa. O ministro enfatiza a nossa responsabilidade perante o mundo: a Amazônia é a maior reserva natural de água, representando 90% da disponibilidade do planeta. E nosso país registra expressivas manchas
semi-áridas, que totalizam um milhão de quilômetros quadrados em todo o país, com enormes áreas no Rio Grande do Sul e no Nordeste, cortando a Paraíba, como um brado de alarme para as conseqüências do desmatamento que seca as nascentes e do uso irresponsável na agricultura.
Alarme
Relator da Lei de Recursos Hídricos e da regulamentação, o amazonense Bernardo Cabral é um estudioso do problema com muitos anos de militância. Despeja dados armazenados na memória como jorro d'água em cano arrebentado: "Temos que economizar água como uma exigência da
sobrevivência da humanidade", bate firme. E desfila dados: 2/3 da população mundial enfrentará a escassez de água até 2025. Não se trata de palpite, mas de cálculo projetado do crescimento populacional de 2 bilhões em 25 anos. Vamos enfrentar o horror do colapso da água doce. Os índices são do Programa de Avaliação Ambiental das Nações Unidas - UNEP - em documento datado deste mês e que o senador recebe regularmente.
Consumo aumenta e oferta é inalterável
O diretor do World Watch Institute, Lester Brown, demonstrou que a população bombeia água mais rapidamente do que a natureza consegue repor. A água que devia estar retornando ao solo ou aos rios escorre para os oceanos, fica salgada ou é poluída. Na Ásia, na África, no Oriente Médio o déficit cresce em progressão suicida. A dessalinização da água do mar é uma operação caríssima, economicamente inviável para os países pobres. Israel utiliza o recurso com grande parcimônia para
acudir emergências.
A equação é dramática: o consumo aumenta muito e a oferta é inalterável. Das 3/4 partes do globo cobertas pela água apenas 1% é própria para o consumo humano. A cada dois anos, rios perenes da
China, como o Yang Tsé, secam antes de chegar ao mar. O mesmo terrível fenômeno observado nos rios Colorado, dos Estados Unidos; Nilo, do Egito; Ganges, na Índia. O drama indiano pode ser mesurado por um dado definitivo: há alguns anos, poços de 10 metros de profundidade encontravam água; hoje, só a mais de 100 metros.
O senador Bernardo Cabral aponta a agricultura como a vilã do desperdício de água. E 40% dos alimentos dependem da irrigação.

O colega Saad escreveu a seguinte msg ao jornalista: Caro jornalista Villas Bôas Corrêa, informo-lhe que a agricultura irrigada é a vilã do desperdício de água em conseqüência do despropósito de vários governos passados (Federal como Estaduais) que proliferam de Planos de Irrigação com a bandeira de redenção sócio-econômico-cultural da região semi-árida do Nordeste e de alguns Estados da Região Sudeste e Centro Oeste. Exemplo máximo dessa aberração foi a criação do Ministério Extraordinário da Irrigação no Governo Sarney (1986).
Esses programas foram alicerçados com as seguintes premissas:
1. Financiamento bancário subsidiado (carência de 2 anos, 8 anos para pagamento e juros anuais de 8%) para compra e aquisição de equipamentos de irrigação ou melhor "molhação";
2. Fomento a indústria de equipamentos de irrigação (na época o país possuia 21 fábricas de pivôs centrais, hoje possui 3);
3.. Possibilidade de produzir 5 safras em 2 anos (Centro-Oeste e Sudeste) no lugar de 2 safras no regime de sequeiro, sem analisar as conseqüências desse uso intensivo do solo que acarretaram inúmeros problemas de compactação, erosão laminar e nematóides (verme), doenças fúngicas do solo, etc...
A não participação de agentes técnicos capacitados da pesquisa e da extensão rural, avaliando tanto as condições de meio-físico (solo, clima, disp. hídrica, qualidade da água etc.) como a viabilidade
técnica e econômica dos empreendimentos, fizeram com que vultuosos recursos destinados a compra dos pivôs centrais (em média R$150.000,00 cada equipamento), após algum tempo (início dos anos 90) se transformassem em verdadeiras sucatas e ferro -velho nas regiões do vale do São Francisco (Janaúba, Itacarambí , Jaíba,etc.) e outros locais no Norte de Minas Gerais, Goiás e algumas regiões de São Paulo.
Agricultores estavam com interesse no dinheiro do financiamento e não na produção com agricultura irrigada.
Temos a informar também que hoje há inúmeros processos e métodos de controle da água de irrigação. As universidades brasileiras e a Embrapa estão saturadas de trabalhos com lâminas de água e rendimentos de culturas, inúmeros manuais e trabalhos técnicos foram publicados visando a racionalização do Uso da água na agricultura para agricultores irrigantes. É só uma questão de estratégia, planejamento e vontade política de se implementar programas de incentivo a agricultores irrigantes que adotam práticas de manejo de água.
Enfim, caro Villas Bôas, somente a cobrança pelo uso da água na agricultura é que fará o agricultor irrigante ou empresário rural, pensar em contratar técnicos (há muitos desempregados nesse país)
especialistas em manejo de água de irrigação para auxiliá-los no aumento de sua receita líquida.
Infelizmente é essa a nossa triste realidade. Um grande abraço. Antonio Melhem Saad



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* Pelo fato da Área de Hidráulica e Irrigação trabalhar também com a cultura da pupunha, incluimos aqui também alguns e_mails recebidos da Pupunha-L (Grupo de Discussão sobre a cultura da pupunha).